terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

JARBAS VASCONCELOS CALA RENAN E SARNEY E FAZ PMDB TREMER

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou ontem, em entrevista coletiva, que foi a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado que o motivou a conceder a bombástica entrevista para a revista Veja. O senador pernambucano reafirmou que a corrupção está impregnada em todos os partidos e que boa parte do PMDB “quer mesmo corrupção”.

Jarbas disparou críticas ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e ao presidente do Senado, José Sarney. O senador disse que vai manter sua prática de não participar de nenhuma reunião da bancada do PMDB presidida por Renan no Senado. “É uma posição de autodesconforto. Eu sequer vou mais à reunião do partido, sobretudo agora, comandado pelo Renan”, afirmou.

Em relação a Sarney, Jarbas criticou a sua candidatura para presidir o Senado e as eleições que resultaram na sua vitória. “A eleição do Sarney foi muito estranha, ele terminou cedendo à pressão do Renan. O Senado tem problemas de imagem internos e externos. Não combato o Sarney, mas as suas práticas”, disse.

Na opinião de Jarbas, a única bandeira atual do PMDB é barganhar cargos no Poder Executivo - postura que, segundo ele, é liderada pelo grupo de Sarney e Renan. “O presidente Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas a corrupção tem sido a marca do governo dele”.

O senador disse que suas críticas ao partido têm como objetivo debater questões essenciais ao PMDB. “Quem vai para um episódio desses sabe das consequências. Se eu desencadeei esse processo, cabe ao Senado, à bancada provocar esse debate. Eu fiz a minha parte”.

Depois de fazer duras críticas ao PMDB e denunciar a existência de corrupção dentro do partido, Jarbas Vasconcelos descartou ontem a possibilidade de deixar a legenda. Ao reiterar que grande parte dos peemedebistas está envolvida em atos de corrupção, Jarbas não quis revelar nomes e disse que sua idéia é apenas fomentar o “debate” dentro da legenda.

“Como posso citar nomes? É um número muito volumoso, eu não vim ficar como auditor do PMDB no Congresso. Eu não disse que todo o PMDB era corrupto, mas grande parte. São nos escalões superiores que a corrupção vive”, disse o senador.

Expulsão - Apesar de denunciar a existência de corrupção dentro do PMDB, Jarbas afirmou que não vai sair da legenda - nem avalia que será expulso do partido. “Não acredito em expulsão. Pode ser que tenha um processo, mas as pessoas [corruptas] têm perfil conhecido. Eu não retiro nada do que eu disse, quem quiser [me] processar, procure o conselho de ética do partido”, afirmou.

O senador classificou de “estapafúrdia e ridícula” a versão de que teria concedido entrevista à revista “Veja” com duras críticas ao partido com o objetivo de ser expulso da legenda. “É ridícula essa tese de que estou fazendo isso para ser expulso. Minha função é ser senador”, afirmou.

Jarbas também rebateu as acusações de que as críticas ao PMDB são estratégia para ser lançado como vice na eventual chapa do tucano José Serra (PSDB-SP) à Presidência da República em 2010. O senador também criticou as especulações de que suas críticas têm como objetivo fazê-lo ganhar destaque na mídia para as eleições do ano que vem. “Não quero ser vice, não sou candidato a vice. Eu não vou fazer barreira da minha atuação parlamentar para conquistar voto. Mas as pessoas também não podem querer que, depois de uma entrevista daquelas, eu vote no PT”, afirmou.

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