sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

OPERAÇÃO CARGA PESADA É CONCLUÍDA PELO DEIC

Operação "Carga Pesada" foi a denominação encontrada pelo delegado Ronilson João Leite Moura, da Delegacia Especial de Investigação Criminal (DEIC), que investigou e desarticulou uma quadrilha interestadual especializada em roubo de cargas e desmanches de caminhões. A operação "Carga Pesada", deflagrada há seis meses, culminou com a prisão de sete pessoas, 17 pedidos de prisão e 20 mandados de busca e apreensão.

A quadrilha agia no Centro-Sul do Maranhão, no trecho da BR-226, entre os municípios de Porto Franco e Grajaú. Os desmanches eram realizados, em maior parte, na Aldeia Piquizeiro, no município de Amarante, a 100 quilômetros de Imperatriz.

A quadrilha agia há cerca de dois anos, segundo apurou o delegado Ronilson Moura. Conforme concluiu o delegado, a quadrilha escolheu a Aldeia Piquizeiro pela dificuldade de acesso e obteve a conivência de integrantes da tribo. A polícia investiga agora quem seriam os compradores da carga e das peças e a participação dos índios no crime. "Vamos em busca dos possíveis negociantes e na captura de membros da quadrilha foragidos", explicou o delegado Ronilson Moura.

Entre as pessoas presas estão José Roberto Siqueira e João Vanderlei Costa Ribeiro, do Maranhão (receptadores); Pedro Aldofo de Santana Filho, "Pedrinho Sergipano", do Pará (contratante); os irmãos Marcelo Gomes Barbosa Lima, o "Pica-Pau", e Dione Barbosa Lima (condutores dos caminhões); e o fazendeiro Helenez Sousa Pires, que está foragido, e em cujas terras havia desmanches.

Segundo o delegado, estes seriam os "cabeças" da quadrilha. A polícia obteve mais informações sobre o grupo com a cunhada de Pedrinho Sergipano, identificada como Joyce Santos Nascimento. Ela agia no apoio aos assaltos, foi presa e como colaborou nas investigações está respondendo em liberdade na cidade de Grajaú. Pelo menos 20 pessoas participavam da quadrilha. Dos crimes atribuídos ao grupo constam receptação, roubo, falsidade ideológica, comércio ilegal de autopeças, desmanche, adulteração e clonagem de veículos. A polícia investiga ainda a prática de latrocínios pelo grupo. A quadrilha teria roubado a carga de pelo menos sete caminhões e desmanchado os veículos, segundo o delegado.

A ação contou com mais de 100 homens da DEIC e de policiais de de Imperatriz, Buriticupu, Barra do Corda, Grajaú, Governador Edison Lobão, policiais da Superintendência do Interior e do Pará. O delegado Ronilson Moura conta que durante os meses de campana, a maior dificuldade encontrada foi o acesso às áreas de desmanche.

Nas buscas em residências de quatro membros da quadrilha, a polícia encontrou peças de veículos e armas. As casas são todas de alto padrão e em municípios próximos à região do desmanche. Além de muitas peças de caminhões, a polícia encontrou partes de chassis adulterados, equipamentos para adulteração e clonagem, armas de grosso calibre, munição, colete balístico, gêneros alimentícios, móveis, documentos de veículos e 40 cabeças de gado. A maior parte das apreensões estava em área da aldeia Piquizeiro, dos índios Guajajaras. "Estamos planejando como chegar até os índios e obter mais informações. As provas já possuímos", revela Ronilson Moura.

O delegado avaliou que, embora já tenha concluído as investigações e desmanchado a quadrilha, muita coisa ainda falta a ser esclarecido, fato que somente será possível com as prisões dos foragidos.

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