quarta-feira, 30 de setembro de 2009

AGRICULTORES FAZEM PROTESTO CONTRA HIDRELÉTRICA ESTREITO

Agricultores estão acampados em frente ao prédio onde funciona o centro de informações do consórcio responsável pelas obras da Usina do Estreito, em Babaçulândia, no norte do Tocantins. Eles pedem compensações pelo impacto que a hidrelétrica vai causar na região.

Representantes das associações dos barqueiros, barraqueiros, pescadores, quebradeiras de coco e lavradores querem o reconhecimento de que também vão ser prejudicados com a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito e o direito de receber indenizações sobre o impacto nas atividades extrativistas, econômicas e de subsistência.

Os manifestantes acamparam em frente ao escritório do Consórcio Estreito Energia (Ceste), responsável pelas obras da usina, e proibiram a entrada de funcionários.

“Esse processo já caminha há mais de quatro anos e a gente sempre, pacificamente, participando das reuniões com o Ceste. Eles vêm levando a gente com a barriga e nunca dão uma definição”, reclama Adelsimon Paz de Oliveira, presidente da Associação de Barraqueiros.

A previsão para o início do enchimento do reservatório é maio do ano que vem. O lago da Usina Hidrelétrica Estreito vai abranger 12 municípios do Tocantins e Maranhão. O Ministério Público Federal estima que cerca de 20 mil pessoas vão ser impactadas com o empreendimento. Já o Ceste reconhece apenas 10% deste total, ou seja, 2 mil pessoas.

A fonte de renda da família da quebradeira de coco, Cecília Pinto da Silva, é a extração do babaçu na Ilha de São José, que vai ser completamente alagada com o enchimento do lago.

“Os coqueiros vão derrubar, vai ficar totalmente no fundo da água, não vai escapar nada. Quando acontecer isso eu vou ficar parada, sem ganhar meu dinheiro para comprar minhas coisas”, diz.

O gerente de relações institucionais do consórcio, Isac Braz Cunha, pediu um prazo de três dias para analisar as reivindicações dos manifestantes.

“Eu tenho certeza que a gente vai encontrar uma saída, nós vamos conversar e encontrar um denominador comum que fique bom para os dois lados”, afirma.

O parecer da empresa responsável pela construção da hidrelétrica deve ser divulgado na quinta-feira.

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