domingo, 12 de outubro de 2008

CASO FERNANDO SARNEY TORNA-SE UM ESCÂNDALO DE PROJEÇÃO NACIONAL

O inquérito prossegue e o Ministério Público pretende apresentar a denúncia por corrupção, tráfico de influência e evasão de divisas. Fernando Sarney, o suposto líder do grupo, negou a ÉPOCA ser chefe de uma organização criminosa, como afirma a polícia. Ele diz que as operações financeiras citadas no inquérito fazem parte de sua rotina comum de empresário, que administra um dos grandes grupos de comunicação do Nordeste brasileiro, com uma emissora de TV, um jornal e cinco emissoras de rádio. Também reclama de ter sido investigado e grampeado durante dois anos, sem “nunca saber do que era acusado”. Ele diz que só teve acesso ao inquérito nos últimos dias. “Mesmo assim, ainda não conheço tudo o que está ali dentro”, afirma. “Sei que estão investigando desvio de dinheiro público, e não mexo com o setor público. Sou um empresário privado”.

ÉPOCA também procurou Astrogildo Quental, Ulisses Assad, o ex-ministro Silas Rondeau e o ministro Edison Lobão. “Não falo, por orientação de meu advogado. Mas não fiz nada de errado”, disse Astrogildo. Assad reconheceu manter as amizades desde os tempos da Poli e afirmou desconhecer as denúncias de subcontratações da Valec, onde é diretor. “Não tenho conhecimento disso”, disse. O ex-ministro Silas Rondeau não foi localizado. A assessoria do ministro Lobão informou que ele estava em Lisboa e não respondeu aos pedidos de entrevista.

Fernando Sarney deu duas entrevistas a ÉPOCA nas duas últimas semanas. Questionado sobre contas que, segundo o inquérito, mantém no exterior, respondeu: “Não sei do que você está falando”. Informado de que a polícia dispõe de um documento de depósito no exterior, com sua assinatura, disse: “Não sei o que é isso”. Sobre seus antigos colegas da Poli, que hoje ocupam postos de confiança no governo, afirmou que continuam amigos. “Mas não temos negócios juntos. Não temos sociedades formais”, disse. ÉPOCA perguntou se tinham sociedades informais. Ele repetiu que não tinham “sociedades formais”.

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