domingo, 10 de maio de 2009

PAI E FILHO SE MATAM EM TROCA DE TIROS EM AÇAILÂNDIA

Uma reviravolta aconteceu no fato dando conta dos assassinatos do comerciante Josiel da Silva, 47 anos, e seu filho Antonio Carlos Aquino Silva, 21, mortos por volta das 23h00 de sábado (2). O crime duplo ocorreu na residência de Josiel, situada na Rua Ceará, 383, centro de Açailândia, e chocou a população açailandense, uma vez que os mortos eram pessoas conhecidas e tinham um bom relacionamento na comunidade.

Nas primeiras investigações, a polícia trabalhava com a vertente de que um homem teria chegado à casa de Josiel da Silva e chamado sua atenção para a rua, de onde lhe baleara mortalmente, bem como o filho Antonio Carlos, que não teve tempo de ser socorrido, pois morreu instantaneamente. Josiel ainda foi levado com vida ao hospital municipal, mas não resistiu aos ferimentos provocados pelos tiros.

O delegado Praxísteles Martins, que trabalhou desde o início no caso, chegou a acreditar que o duplo assassinato teria sido por vingança, uma vez que Josiel da Silva era dono de bar e dono de uma personalidade forte para tratar com esse tipo de comércio. A autoridade policial recebeu, inclusive, a informação de que naquele trágico sábado, no período da tarde, Josiel teria aplicado umas "panadas" de facão em um cliente, o qual prometera vingança.

Esclarecido – Na tarde da última quarta-feira (6), tudo ficou esclarecido depois que o delegado Praxísteles Martins tomou os depoimentos da comerciante Antonia Aquino Silva, 46 anos, e de sua filha Francisca Aquino Silva, solteira, 24 anos, colunista social, residente na Avenida Bernardo Sayão, 1893, Centro. Ambas contaram ao delegado desde o início desse triste ocorrido em que o filho se tornou desafeto do próprio pai.

Dona Antonia Aquino Silva disse que foi casada com Josiel Silva por 28 anos e que desta união nasceram filhos e filhas, todos reconhecidos como pessoas de bem em Açailândia. Josiel, segundo ela, durante todos esses anos, a agredira constantemente, porém nos últimos tempos essas agressões se tornaram mais violentas e frequentes.

Afirmou que o mesmo comportamento violento ele demonstrava com todos os filhos, pois desde a infância ele os batia e os maltratava. "A violência era tanta que nossa filha Martha saiu de casa com apenas 11 anos, enquanto a Francisca saiu com 18 e os demais se casaram ainda jovens e saíram de casa para evitar as agressões do pai", afirmou Antonia ao delegado Praxísteles.

Disse que na quarta-feira (29) o marido chegou ao bar e, sem nenhum motivo, lhe atirou três copos. Em seguida, a agarrou pelo pescoço e começou a lhe enforcar. Nesse momento, chegou seu filho Antonio Carlos e pediu ao pai que não fizesse aquilo com a mãe. Conta que Josiel ainda a empurrou, quando Antonio Carlos disse ao pai que, se ele fosse homem, batesse nele e não em sua mãe.

"Quando ele falou, Josiel foi atrás de um balcão e se armou com uma pistola, enquanto Antonio Carlos se armou com um facão, ocasião em que, providencialmente, chegou nossa filha Ana Zélia implorando aos gritos para que o irmão fosse embora". Afirmou que Antonio Carlos atendeu à irmã, largou o facão e foi embora para sua casa. Os três foram para a residência, onde Josiel teria amolado um facão e passado de raspão em sua barriga.

Conta que logo depois Josiel foi tomar banho, quando chegaram em sua casa os filhos Antonio Carlos e Martha, acompanhados por dois policiais militares, os quais indagaram o que estava ocorrendo. Ela disse tratar-se de uma "briguinha" de família, mas que tudo estava bem. Quando os dois militares deixaram a residência, Antonio Carlos teria se irritado com a atitude da mãe e se retirado para sua casa.

Dona Antonia Aquino informou ao delegado que na sexta-feira (1º) o filho foi à sua casa e jantaram todos juntos, razão porque chegou a pensar que tudo estava em paz. No sábado (2), estava indisposta, tomou um remédio e deitou no quarto, quando - não soube precisar a hora - ouviu batida na porta e Josiel saiu para atender. Disse que logo depois só ouviu tiros. Ao sair para a sala, encontrou um corpo caído e desmaiou; quando acordou, soube que o marido tinha sido levado para o hospital e o filho para a funerária.

Relatou ao delegado que contou outra versão porque estava envergonhada, porém compreende que, em função dos fatos que se antecederam, tudo indica que pai e filho se enfrentaram e, consequentemente, se mataram.

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