domingo, 17 de maio de 2009

ALAGAMENTOS PROVOCA DOENÇAS EM PEDREIRAS

As cheias do rio Mearim trouxeram à cidade de Pedreiras um problema grave de saúde pública. Conforme dados da Secretaria de Saúde do Município, 730 pessoas ficaram doentes devido aos alagamentos ocorridos em aproximadamente 30% da cidade. Diante, disso, a Prefeitura tem efetuado ações de conscientização de moradores e já planeja ações preventivas para depois que as águas baixarem.

Conforme dados da Prefeitura, 12 pessoas já foram contaminadas com hepatite A e outras duas com hepatite B. Também já foram registrados dois casos de leptospirose na cidade, 35 de dengue e 256 de diarréia crônica, fora outras doenças diretamente relacionadas às enchentes, como gripe, parasitoses intestinais, micoses, escabioses e amigdalite. “Em períodos normais, nós registrávamos, por exemplo, um ou dois casos por mês de hepatite B”, comparou o secretário municipal de Saúde de Pedreiras, José Ivaldo Lima.

Alagamentos

No caso específico de Pedreiras, a elevação do número de doentes em função dos alagamentos tomou contornos trágicos por um simples motivo: o hospital infantil do município foi interditado após ter sido invadido pelas águas há aproximadamente um mês. Assim, o sistema de saúde da cidade, que tinha um total de 80 leitos, opera hoje apenas com os 45 do hospital geral. “Perdemos aproximadamente 40% da nossa capacidade de atendimento com as chuvas”, analisou o secretário José Ivaldo Lima. “E, se isso não fosse suficiente, alguns pacientes estão vindo da cidade de Trizidela do Vale e nós não podemos negar atendimento a todos”, emendou o prefeito de Pedreiras, Lenoilson Passos (PV).

No hospital geral de Pedreiras, o número de internações é cada vez maior. A lotação da recepção do hospital reflete o problema. A maior parte dos internados são crianças vítimas das cheias. Mas vários adultos também estão sofrendo com doenças relacionadas aos alagamentos.

A autônoma Edinalda Silva de Araújo, que morava em São Paulo e foi para Pedreiras ajudar a mãe que ficou desabrigada, contraiu diarréia e precisou ser internada ontem pela manhã. “Quis ajudar, mas sou eu quem preciso de ajuda”, disse ela.

Kelyton dos Santos Matias, 6 anos, estava em um abrigo público quando começou a sentir febre e diarréia. Durante quatro dias sua avô, a aposentada Francisca Mendes, deu remédios caseiros para a criança, mas ontem ela decidiu procurar ajuda médica. A família de Kelyton perdeu tudo nas enchentes do Mearim. “Sei que demorei, mas o importante é que meu neto passa bem”, contenta-se a aposentada.

Doentes

Nos abrigos, também é grande a quantidade de pessoas doentes. Muitas esperam por médicos e por remédios. O pequenino Carlos Daniel da Silva, de 1 ano e dois meses, está há três dias com febre e diarréia em um abrigo na Unidade de Ensino (UE) Ciro Rêgo.

“Eu não tenho como sair daqui porque não posso deixar meus outros filhos sozinhos”, justificou a mãe Maria Daniele Baima Gaioso. “Infelizmente, muitos estão subestimando essas doenças provocadas e não procuram logo o hospital. Esse também é um grande problema”, afirmou a médica Ivalda Quadros.

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