domingo, 7 de setembro de 2008

PF INVESTIGA PREFEITOS MARANHENSES SUSPEITOS DE DESVIAR DINHEIRO PÚBLICO

Investigação da Polícia Federal no Maranhão concluiu que nove prefeitos do Estado faziam parte de um esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraudes em licitações. Cinco prefeitos investigados são candidatos à reeleição.

O esquema foi desarticulado na Operação Rapina, realizada em dezembro de 2007, uma das maiores operações montadas pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União). Foram mobilizados 503 agentes de 11 Estados do país e cumpridos 104 mandados de prisão.

Além de prefeitos, foram investigados secretários municipais, contadores, empresários e funcionários do Tribunal de Contas do Maranhão. No total, 123 pessoas foram indiciadas. Segundo o delegado Pedro Roberto Lopes, responsável pelo inquérito, o suposto esquema desviou aproximadamente R$ 1 bilhão nos últimos dez anos.

"Para praticamente todas as verbas que as prefeituras podiam utilizar, era montada uma licitação [fraudada] e os envolvidos ficam com os valores para si", disse o delegado. Segundo ele, a perícia no material apreendido comprovou a fraude na documentação apresentada nas licitações.

O advogado Fabiano Rodrigues Júnior, que defende os prefeitos de Araioses, José Cardoso do Nascimento (PSC), que disputa a reeleição, e de Governador Newton Bello, Francimar Marculino (PMDB), disse que seus clientes negaram participação no esquema.

O advogado Ilan Kelson de Mendonça Castro, que representa os prefeitos de Tufilândia, Marinalva Medeiros Sobrinho (PSB), de Urbano Santos, Aldenir Neves (PDT) --ambos candidatos à reeleição--, e de Tuntum, Cleomar Tema (PDT), disse que seus clientes não se envolviam nas licitações, que eram feitas por comissões independentes.

A reportagem não conseguiu com a prefeita de Nina Rodrigues, Iara Quaresma (PDT), também candidata à reeleição, nem com seu advogado. Foram citados ainda pela PF os prefeitos de Axixá, Maria Sônia Campos (DEM), de Paulo Ramos, João Teixeira Noronha, e de São Luiz Gonzaga do Maranhão (MA), Luiz Gonzaga Fortes Filho. A reportagem também não conseguiu contato com eles.

O relatório foi encaminhado à Procuradoria Regional da República, que poderá ou não oferecer denúncia contra os indiciados.

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